segunda-feira, 13 de julho de 2009

Amigos

Esta semana, em uma das minhas noites insones, finalmente assisti à adaptação do best-seller “O caçador de pipas”, do escritor afegão Khaled Hosseini. Sei do enorme sucesso que o livro fez ao redor do mundo (mais de 8 milhões de exemplares vendidos), mas não sabia exatamente o enredo. Lembro da polêmica em torno da estréia do filme: O longa teve a exibição proibida pelo governo afegão, os três atores principais saíram do país por medo de represálias, enfim...uma série de coisas que poderiam aguçar minha curiosidade sobre o tal “ O caçador de pipas”. Mas não foi assim que aconteceu. Assisti ao longa, completamente atrasada.


O filme retrata uma realidade sobre a qual não tenho nenhuma propriedade para falar. Se aquele quadro foi pintado em cores sóbrias ou berrantes, não terei como julgar. Sem dúvidas, o longa apresenta cenas fortes, principalmente com relação à violência com crianças e mulheres. Apesar do horrores que foram mostrados, é necessário lembrar que ali está o ponto de vista de um homem que nasceu lá, mas hoje é cidadão estadunidense. E, como sabemos, a verdade tem três lados: a de um, a do outro e aquela que nunca conheceremos. Então saio do campo das conjecturas e começo a falar sobre as minhas impressões.


Sem nenhum medo de parecer piegas, fiquei muito tocada pela história de amizade entre Hassan e Amir. Quem me conhece sabe que, dependendo da época do mês, choro até com comercial de margarina. Mas não acredito que seja o caso! A amizade mostrada no filme atinge seu nível mais intenso, beirando a devoção. Sua face mais mesquinha também está exposta. Mas, ainda assim, coroada pela redenção.


Pensei nos meus amigos. Ai como é bom ter vocês na minha vida. Todos sabem que sou filha única., mas sou abençoada por irmãos maravilhosos. São MEUS. Porque eles me escolheram e eu os escolhi. Porque não nos escolhemos, mas desde que nos conhecemos, estamos juntos. Porque nem sempre estamos juntos, mas quando estamos é como se nunca tivéssemos nos separado. Porque eu conto com eles e eles comigo. Porque não temos laços sangüíneos ou saímos do mesmo ventre, mas nos pertencemos. Simples assim!


Resumindo a ópera, só queria dizer uma coisa: Amo vocês, amigos!


quarta-feira, 8 de julho de 2009

É verdade

Quando eu disse que éramos milhões tentando fazer o "moonwalk", não imaginava que teria a prova do que estava falando. Aqui vai:

http://www.eternalmoonwalk.com/

É... this is it...

O rei do pop se foi. Mas ninguém conseguirá tirar a sua coroa. Hoje assistimos ao fim da saga de um dos maiores artistas do planeta. A vida e a morte de Michael Jackson são um marco. Digo isto porque o seu sucesso jamais será superado.

Michael Jackson era onipresente. Onde quer que você fosse, ele estava lá. Na música tema do programa da tarde, nos clipes exibidos no final do “Fantástico”, na primeira página do jornal sensacionalista, na rádio que teima em tocar baladas dos anos oitenta, nas meias brancas combinando com os sapatos pretos, no estilo dos cabelos “molhadinhos”, nas festas de flashback, nas tentativas frustradas de conseguir fazer o “Moonwalk”. Quando ouço “Thriller” ainda me vejo, em frente ao espelho, imitando os passos dos zumbis, tentando me equilibrar entre um rodopio e outro ou me assustando com as gargalhadas no final do clipe. Lembro quando peguei o disco “Bad” emprestado e não conseguia parar de ouvir. Devolvê-lo foi um parto com dor!!! Quantos de nós não passamos por isso? Eu respondo: Milhões!!!

Desde sempre ele está em nossas vidas. Mesmo que por osmose. Michael Jackson era um ícone da cultura de massa. Foi feito assim, se fez assim. O talento, esculpido pelos anos em que esteve na Motown, excedia a esfera sonora. A alta qualidade vocal foi aliada às tecnologias cinematográficas fez com que os clipes tivessem tratamento de superprodução. Ele revolucionou a indústria do entretenimento. Por este motivo afirmo que é impossível que outro artista consiga desbancar Michael Jackson.

O rei morreu exatamente quando a indústria fonográfica agoniza. As grandes gravadoras estão ruindo. Os números de vendas de discos caem mais e mais a cada ano. As pessoas simplesmente baixam pela internet aquilo que querem ouvir. Frente a isto, ninguém baterá os recordes de vendagem de centenas de milhões do rei do pop.

Os quarenta anos de carreira de Michael Jackson foram acompanhados pelos olhos e ouvidos atentos do mundo inteiro. Assistimos ao menino estreando nos programas de auditório, atingindo notas dificílimas e sendo transformado em desenho animado. Nos encantamos com o jovem que seguiu uma bem sucedida carreira solo e estourou todas as paradas de sucessos. Julgamos suas excentricidades e condenamos seus atos. Nos assustamos com a metamorfose a que ele se submeteu. Nos compadecemos pela exposição de seus traumas e fantasmas. Nos entristecemos pela sua morte.

Não sei se ele era hétero ou gay, branco ou negro, criança ou adulto. O que posso dizer é que ele fez e faz parte da minha vida. Afinal, sou da geração MTV, da época da fita-cassete, dos passinhos nas festas, das grande estréias mundiais de vídeo clipes. A carreira de Michael Jackson se confunde com todos esses símbolos de uma época, agora remota.

Não importa o que aprendi sobre sociedade da informação, sociedade do espetáculo, circo midiático ou olimpianos. MJ apareceu pra mim, muito antes que eu pudesse aprender sobre todas essas coisas.

Ele surgiu diante dos meu olhos quando eu ainda era aquela menina gordinha e desastrada que acompanhava fascinada as inovações que a TV me mostrava. Ele usava roupas com paetês, luvas bordadas e quando dançava me levava a uma espécie de catarse. Ahhh como eu queria saber fazer igual! Quantas vezes teimava em imitar o ídolo usando a escova de cabelo como microfone.

Essa garota ficou esquecida por um bom tempo. Mas quando ela começou a ouvir os primeiros acordes de "Beat it" a menina surgiu e lembrou do quanto ele foi importante na vida dela. E a mulher de quase 30 anos voltou a ser criança. E dançou no em frente a TV novamente e sorriu quando conseguiu acompanhar alguns dos passos que nem ela mesma lembrava.

Infelizmente (ou não!), ela não é a sucessora do Michael Jackson. Falta talento. Não sabe cantar ou dançar. Conseguir fazer moonwalk só na próxima encarnação, quando renascer num corpo com melhor coordenação motora!!! Mas ela gostava de escrever e se tornou jornalista.

Mas este texto não foi escrito por uma profissional da comunicação. Ele pertence àquela menina balofinha que hoje chora pela morte de seu ídolo. E eu sei que ela ficará esquecida durante algum tempo. Afinal, não há muito espaço pra ela no mundo adulto. Mas quando eu começar a ouvir os primeiros acordes de qualquer música do rei ela surgirá! E, sorridente, a menina dançará seus passinhos para fazer reverência à majestade:

R.I.P. Michael Jackson
Ass.: Tina